Petição "Feriado Municipal em Lisboa no dia 22 de Janeiro"

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Destinatário: Lisboetas

Petição "Feriado Municipal em Lisboa no dia 22 de Janeiro"

Mas Santo António é mesmo o santo padroeiro da capital portuguesa?
Curiosamente a resposta é negativa. São Vicente é o verdadeiro santo padroeiro de Lisboa, apesar de grande parte da população lisboeta não saber.
O dia de São Vicente, padroeiro de Lisboa, é comemorado em 22 de Janeiro. Não fosse a celebração habitual da diocese da cidade, a data passaria em branco para a maioria dos lisboetas. Ao contrário do que acontece em outras cidades do mundo de identidade cristã católica, cujo dia do santo padroeiro é feriado, em Lisboa não o é. Santo António é para o alfacinha, o seu santo padroeiro. Este equívoco histórico, religioso e popular tem as suas raízes nos primórdios da nação portuguesa, na época do seu primeiro rei, Dom Afonso Henriques, uma história que merece ser contada e conhecida por todos.
Reza a lenda que Vicente teria deixado Huesca ainda criança para viver em Saragoça.
São Vicente foi contemporâneo do imperador romano Diocleciano. Roma estendia o seu vasto império até a península Ibérica. Durante o seu reinado, Diocleciano reabilitou as velhas tradições romanas, incentivando o culto dos deuses antigos, proibindo o culto do cristianismo, iniciando aquela que seria vista pelos historiadores como a penúltima perseguição do Império Romano ao cristianismo. Diocleciano ordenou que toda a população do Império fizesse sacrifícios aos deuses romanos.
Durante esta perseguição aos cristãos, Vicente, devotado cristão, recusou-se a obedecer às ordens imperiais de oferecer sacrifícios aos deuses pagãos. Por sua recusa, teria sido cruelmente martirizado até a morte, em 304. Após o martírio, o corpo de Vicente teria sido atirado aos animais, mas foi protegido por um corvo de ser devorado. Esta protecção teria sido vista pelos cristãos como um milagre, foi-lhe erguida em homenagem, uma igreja, e Vicente passou a ser cultuado como santo.
Com o fim do Império Romano, a península Ibérica sofreu a invasão dos mouros. Durante a época desta invasão, os muçulmanos, em 713, puseram o corpo de São Vicente em um barco e o deixaram à deriva no mar. O barco, levando as relíquias do martirizado, foi dar ao Promontorium Sacrum (Promontório Sacro, Cabo de Sagres, Portugal), que se passou a chamar Cabo de São Vicente. Os cristãos que aí viviam sob o domínio dos mouros, recolheram o corpo, transportando-o para uma ermida erguida em sua homenagem. Durante alguns séculos o culto a São Vicente alastrou-se por todo o território que seria futuramente o reino de Portugal.
Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, foi quem decidiu resgatar o corpo de São Vicente aos sarracenos, que dominavam Sagres nessa época. Sob as ordens de Dom Afonso Henriques, as relíquias do santo foram levadas para Lisboa. Diz a tradição da lenda que, quando o corpo seguiu no barco, dois corvos o acompanharam. As relíquias, transferidas de Sagres para uma igreja fora das muralhas de Lisboa, geraram uma intensa veneração dos habitantes daquela cidade por São Vicente, que em 1173, foi proclamado o santo padroeiro de Lisboa. O corvo, ave da lenda do santo martirizado em Valência, foi adoptado como símbolo do brasão de Lisboa, permanecendo até os dias actuais.

Os Peticionários

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