Petição "Metro - Linha do Campo Alegre: Proposta de Novo Traçado"

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Destinatário: Metro do Porto; CM Porto; Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

Petição "Metro - Linha do Campo Alegre: Proposta de Novo Traçado"

E se a Linha do Metro do Campo Alegre,
passasse pelo Lado Nascente do Parque da Cidade
em vez de passar pelo lado poente?

O Estudo prévio do traçado da Linha do METRO do Campo Alegre tem sido objecto de discussão pelas populações das freguesias por onde se prevê venha a passar.

Esta Linha terá início na zona de Matosinhos Sul (Rua Brito Capelo) passará pela Praça da Cidade de S. Salvador, com a peça de arte urbana de Janet Echelman (Anémona), atravessará a frente marítima do Parque da Cidade, Avenida da Boavista e entrará na futura Via Nuno Álvares.

É este o traçado inicial da projectada Linha do Campo Alegre que, ora, se coloca em causa e para a qual se propõe um outro percurso.

Porque não definir o traçado do Metro, pela frente nascente do Parque da Cidade, em vez do lado poente?

Que vantagens terá esta alternativa de traçado, relativamente àquela que está agora em discussão pública?

O traçado que propomos atravessa uma zona da Cidade do Porto (e de Matosinhos) com uma grande concentração de Equipamentos Colectivos de vulto, bem como uma área densamente povoada, plena de habitação municipal, cooperativa e privada, geradores de fortes movimentos popu-lacionais, não negligenciáveis quando confrontados com os movimentos populacionais gerados no trecho marítimo da actual opção de traçado do Metro.

Qual é então a proposta que se sugere e que gostaríamos de ver discutida e ponderada, como alternativa?

Na nossa proposta, a Linha de Metro do Campo Alegre deveria ter início entre a Av. Afonso Henriques e o Hospital Pedro Hispano (Matosinhos). Passava próximo da Quinta Seca, Bairro da Biquinha, Hospital Magalhães Lemos, Escola Superior de Enfermagem do Porto, futuro Hospital Particular (CUF), Bairros Municipais (Fonte Moura, Campinas e da Previdência), Coo-perativas de Habitação (HAZAL, CETA, Nova Ramalde e SACHE), Escola E B 2/3 Manoel de Oliveira, atravessa a Av. da Boavista, junto da urbanização Avis / Escola Secundária Garcia da Orta, Praça do Império, Universidade Católica, Faculdades de Ciências, Arquitectura e Letras, Palácio da Justiça/ Hospital de Santo António e, por fim, Estação de S. Bento.



Vantagens deste novo traçado?

Esta proposta serve uma população maioritariamente das classes média e média baixa, que origina constantes e avultados fluxos de pessoas, nas su-as deslocações casa–trabalho e trabalho-casa.

Como vimos, para além do impacto social positivo que acarreta nas populações que passa a atrair e servir, não terá uma utilização com carácter sazo-nal como o traçado marítimo exibe, apenas com maior movimento de pes-soas ao fim de semana (sábado e domingo, se não estiver vento nem chuva) e na época balnear (meses de Julho e de Agosto), e não movimentos constantes ao longo de todo o ano, como esta opção de traçado de Metro, que defendemos, abarca.

Outro grande conjunto de argumentos a favor deste percurso é, sem dúvi-da, o de carácter financeiro.

Afigura-se-nos que o acréscimo de movimento de pessoas que passará a ter, com este novo traçado, permitirá recuperar mais rapidamente os mon-tantes financeiros envolvidos (mesmo que, à partida, possa parecer uma solução mais dispendiosa, o que, de modo nenhum, está demonstrado), sendo, por isso, muito mais sustentável a curto, médio e longo prazo, rentabilizando e baixando substancialmente os custos de manutenção por utente.

Não será menos importante lembrar que, sendo a linha de METRO do Cam-po Alegre financiada pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), há princípios a que os projectos devem obedecer, nomeada e essencialmente o Princípio da Selectividade, Concentração e da Sustentabi-lidade/Viabilidade Económica. É nosso entendimento que este novo traçado exibe maior nível de sustentabilidade do que a opção pelo trecho marítimo.

Quanto às características que deve exibir, subscrevemos a opinião veiculada pelos diferentes autores dos artigos de opinião difundidos pela comunicação social (Rui Moreira, Manuel Correia Fernandes, entre outros, etc.).

Não se atafulhe a cidade com tudo à superfície pois ficamos com pouco espaço para poder respirar, viver e usufruir.

Preferimos árvores a carris.

Toda a frente marítima do Parque da Cidade é um espaço lúdico, que convi-da ao lazer e ao descanso, ao exercício físico e ao passeio a pé ou de bicicleta, não fazendo sentido densificar esta área com transportes pesados.

Mesmo a população que se dirija ao Parque da Cidade, de outras zonas da cidade ou da região, poderia ter acesso a este, pelo lado nascente do Par-que e não pelo lado poente.




Aliás, o Arquitecto catalão Solà-Morales era da opinião de estabelecer uma continuidade espacial entre o interior do Parque e a beira-mar, pelo que não faz muito sentido comprometer mais esta área com mais uma passagem aérea, no lado poente do Parque da Cidade.

Em conclusão, diríamos que esta proposta de traçado do ”Metro do Campo Alegre pelo lado nascente do Parque da Cidade” dá maior coerência territorial a todo o espaço por onde passa, articula os vários equipamentos existentes ao longo de todo o percurso, possibilitando o estabelecimento e aproveitamento de maiores sinergias entre eles, e entre eles e as várias áreas residenciais existentes, tornando todo o sistema mais eficaz, eficiente e sustentável.

O que se decidir, hoje e agora, condicionará a vida de gerações e gerações de pessoas. Para essas gerações, gostaríamos de lhes legar uma cidade (Porto e Matosinhos) mais organizada, funcional e bonita para viver e traba-lhar ou seja, legar-lhes um melhor Ordenamento do Território.

Porto. Abril de 2009

Os Peticionários

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