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Destinatário: Presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Presidente da Assembleia do Município de Condeixa-a-Nova, Presidente da Junta de Freguesia de Condeixa-a-Nova
Petição "Rua António Pimentel"
Queiram V. Exªs aceitar a petição das entidades subscritas que pretendem seja atribuído o nome do pintor António Pimentel a uma rua da Vila de Condeixa-a-Nova, efectuando-se deste modo a justa homenagem de reconhecimento ao artista condeixense que pelo mundo fora dignificou o nome da sua terra natal.
Permitam-nos com um breve resumo biográfico recordar a V. Exª quem foi António Pimentel.
António Manuel Moita Pimentel nasceu em Condeixa em 22 de Janeiro de 1935.
Ainda adolescente inicia experiência artística com o pintor conimbricense Carlos Ramos e lições de cerâmica com o pintor Mário Oliveira Soares.
Em 1956 participa no 1º Salão de Artes Plásticas dos Novos de Coimbra.
Em 1957 realiza a primeira exposição individual, no Salão Do 1º de Janeiro em Coimbra. Nesse mesmo ano, funda com artistas estudantes o Circulo de Artes Plásticas da Associação Académica de Coimbra, dirigido pelo artista brasileiro Waldemar da Costa.
Em 1959 é convidado pelo Professor Doutor Bissaya Barreto para pintar os murais do Instituto Maternal de Coimbra.
Em 1960 vai para Lisboa onde trabalha numa agência publicitária com Alves Redol, Orlando da Costa, Luís Sttau Monteiro e José Carlos Ary dos Santos.
Convidado pelo Ministério dos Negócios Exteriores do Brasil, realiza uma viagem de estudo por esse país e radica-se no Rio de Janeiro, onde faz um curso de gravura no Museu de Arte Moderna, sob a orientação de Roberto de La Mónica. Ainda no Rio de Janeiro realiza uma Exposição onde obras suas são adquiridas por coleccionadores.
Convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian recebe desta uma bolsa de estudo para Paris, onde frequenta o Atelier 17, dirigido por Stanley Thayry e a École Nationale des Beaux Arts, onde obtém o 1º prémio para estrangeiros.
Tendo residido longos anos em França, volta a Portugal em Abril de 1974, não sem antes ter ido a Londres, para assistir à selecção de uma gravura sua para a publicação European Illustration e ver os originais serem expostos na Royal Academy of Arts.
Como ilustrador, colabora com diversos escritores destacando-se as ilustrações para o livro de poemas de José Carlos Ary dos Santos, As Portas que Abril Abriu, uma obra de referência acerca de A Revolução dos Cravos a propósito do 25 de Abril de 1974.
Radica-se finalmente na sua terra, comprando duas casas: uma em Alcabideque (Casa dos Bentos) e em Bom-Velho, onde instala os seus ateliers. É lá que desenha para os Correios Telégrafos e Telefones, o selo comemorativo do Centenário de Amadeu de Sousa Cardoso e pinturas alusivas aos Descobrimentos portugueses para a Exposição de Sevilha 1992, Jogos Olímpicos Barcelona 1992 e Escrita (Literatura Portuguesa).
Expôs pela última vez no ano de 1997. A Casa da Cultura de Coimbra e o Museu Municipal Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz acolheram nesse ano as suas últimas exposições públicas em vida.
Vítima de doença oncológica, Tópi (forma como era tratado pelos amigos) morre em 24 de Abril de 1998 na sua Casa dos Bentos, tendo sido sepultado no dia em que Condeixa comemorava o Dia da Liberdade.
Assim, pelo seu trabalho em prol da cultura, por perpetuar o nome de Condeixa ligado hoje e sempre ao seu vasto legado artístico distribuído por colecções públicas e particulares de todo o mundo, por não renegar as suas origens e por colocar o seu nome na História, julgamos com toda a convicção que atribuir o nome de António Pimentel a uma artéria da Vila de Condeixa, será de momento, a homenagem mínima que esta terra e as suas gentes poderá fazer postumamente para lembrar e dar a conhecer este filho da terra.
Esperando o bom acolhimento de V. Exªs, somos com a maior consideração:
Os Peticionários
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